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Lição #2 - Pare de ter vergonha de usar inteligência artificial!

Tempo de leitura: 12 minutos

Olá, meu nome é Clara e, por algumas reviravoltas inesperadas do destino, hoje eu sou professora de estratégias de negócios, marketing e empreendedorismo para alunos do ensino médio.

É engraçado olhar para trás e pensar que eu tinha tudo para chegar até aqui desde cedo, mas acabei seguindo um caminho um pouco não convencional.

Nesta newsletter, eu vou dividir com vocês o que eu venho aprendendo sobre negócios para poder ensinar os meus alunos de uma forma que traga interesse e aprendizado real.

Neste momento da minha vida, o meu interesse por empreendedorismo não vem de uma vontade pessoal de me tornar CEO da minha própria empresa, mas sim de uma curiosidade em compreender conceitos e mudanças de mercado para poder ensinar algo realmente relevante para meus alunos.

🙋‍♀️ Presente?

Lição #2 - Pare de ter vergonha de usar inteligência artificial. Se sabe usar, ensine outros.

No meio de toda essa conversa sobre semicondutores (o que é isso?), inteligência artificial e DeepSeek, essa semana eu não precisei explicar nada disso para meus alunos. Mas passei 20 minutos explicando o que era um disquete!

floppy disk diskette GIF by Alexis Tapia

Gif by 123pingu on Giphy

Para dar um pouco de contexto, eu estava falando sobre o rebaixamento do Japão pela Alemanha para a 4ª maior economia mundial. 📹️ O vídeo que introduziu o assunto foi este aqui, do Wall Street Journal, que basicamente diz que a economia japonesa está presa nos anos 90, porque se recusa a abandonar maneiras ultrapassadas de fazer negócios. Isso inclui mandar documentos por 📠 fax e usar 💾 disquetes para procedimentos governamentais, ainda hoje, em 2025!

Tudo muito contraditório para um país que inventou o Walkman, 🤖 os robôs da SoftBank, 🕹️ os videogames da Nintendo e os sensores de câmera da Sony.

Eu não sei se o Japão realmente fazia questão de manter o 3º lugar no ranking das economias mundiais, nem se estão felizes preservando suas tradições burocráticas. Porém, uma coisa é certa: quem demora a adotar uma nova tecnologia não só perde a chance de crescer e de se potencializar com ela, como também deixa de aprender habilidades essenciais para um mundo que já foi transformado por essa inovação.

😁 Eu, por exemplo, deixei o X (antigo Twitter) me passar e agora não consigo escrever nada significativo com apenas 280 caracteres(Aliás, depois me conta se achou esse texto muito longo? Ainda estou aprendendo e preciso da sua ajuda para encontrar um formato de newsletter que funcione.)

Como você se sente sobre o uso da IA?

A Slack criou um quiz para nos ajudar a entender nosso perfil de uso da inteligência artificial. Segundo eles, existem cinco tipos de pessoas em relação à IA no ambiente profissional:

🥰 A Maximalista → Usa IA o tempo todo e não para de falar sobre como usá-la. (Eu, segundo o quiz!)

🤫 O Underground → Usa, mas esconde porque tem medo do que os outros vão pensar.

😎 O Rebelde → Se sente ameaçado pela IA e teme que ela substitua seu trabalho.

🤩 O Superfã → Acha incrível, mas não usa. Nem sabe por onde começar.

 🧐 O Observador → Está esperando para ver no que vai dar antes de decidir.

O que me chamou mais atenção nesse quiz foi o perfil Underground – aquele que usa IA, mas tem medo de admitir. Esse é o comportamento mais perigoso, porque significa que estamos escondendo algo que já faz parte do nosso trabalho, enquanto poderíamos estar ajudando as pessoas a nossa volta a se incluírem nessa onda.

Assim como o Japão insiste em processos burocráticos ultrapassados, muitos profissionais insistem em esconder ou evitar o uso de IA – e isso pode custar caro no futuro.

Quer saber qual é o seu perfil?

▶️ Faça o teste aqui (em inglês): Slack AI Personas

Quem usa? Como usa? Porque usa?

Isabel Berwick, do Financial Times, fala sobre o mercado de trabalho no seu podcast e newsletter Working It. No vídeo sobre IA generativa no mercado de trabalho, ela entrevista Azeem Azhar, do Exponential View, que diz que CEOs utilizam inteligência artificial mais do que seus funcionários. Motivo? Eles já estão acostumados a delegar tarefas. Além disso, eu imagino que pessoas em posição de liderança tenham mais confiança: eles não sentem que precisam provar sua competência – confiam no próprio julgamento o suficiente para usar IA sem medo de parecer menos capazes.

Este video foi a minha maior inspiração para este texto, mostrando com IA está tranformando o mercado de trabalho.

Segundo o vídeo, apesar do entusiasmo dos executivos, há resistência entre os funcionários. Os principais obstáculos são:
⚠️ Desconfiança → Apenas 7% dos trabalhadores confiam totalmente na IA. Muitas pessoas ainda têm medo de que a tecnologia cometa erros ou forneça informações incorretas.
⚠️ Falta de treinamento → 43% dos funcionários afirmam não ter recebido nenhuma orientação sobre como usar IA no trabalho. Sem diretrizes claras, muitos simplesmente evitam usar a ferramenta.
⚠️ Medo de substituição → Funcionários temem que, ao usarem IA, seus gestores percebam que algumas funções podem ser automatizadas.

💡 A chave para resolver esse problema? Confiança e transparência.
Pesquisas mostram que funcionários que sentem que seus gestores confiam neles são duas vezes mais propensos a testar IA no trabalho. O problema não é apenas tecnológico, mas também humano: quem usa IA precisa se sentir seguro para admitir isso e compartilhar aprendizados.

Mas no final, para que se usa a inteligência artificial?

🔗 Este artigo da Babson College (em inglês) detalha sobre como a IA pode ser usada para criar e escalar novos negócios. Segundo a autora, estas são as 7 coisas que todo empreendedor precisa saber sobre IA:

1️⃣ A IA permite inovação sem ser programador → Você não precisa ser engenheiro para criar soluções tecnológicas. Para quem está começando um negócio, isso significa que posso criar algo que vá além das minhas habilidades tecnicas (como programação, diagramação ou mesmo questões financeiras mais complexas).

2️⃣ Há um limite para o uso da IA → Pode usar a vontade para tarefas técnicas. Mas para pensamento estratégico, não. Como eu digo para meus alunos: não substitua a si mesmo. Você pensa no que quer e como vai fazer para chegar lá.

3️⃣ A forma de criar, editar e gerenciar conteúdo será revolucionada → IA pode criar manuais, apresentações e até relatórios financeiros em minutos. Pode ser até seu estagiário, usando a função de executar tarefas.

4️⃣ A IA é ótima para feedbacks → Se você trabalha sozinho, pode usar IA para revisar suas ideias e melhorar seus projetos.

5️⃣ Cuidado com o viés da IA → Modelos de IA não entendem o que dizem. A análise crítica ainda é 100% humana.

6️⃣ A regulamentação da IA ainda é incerta → As regras para IA podem mudar, e os negócios precisarão se adaptar. Não sabemos onde tudo isso vai dar ainda, mas temos que fazer parte do process

7️⃣ O diferencial será humano → A IA não substitui criatividade, intuição e ética. Quem souber usar IA de forma estratégica terá vantagem.

Se o humando é o mais importante, como fazemos para desenvolver mais humanidade em nós? Parece mais complicado que aprender a usar uma tecnologia nova.

A tecnologia então, é para usar ou não usar?

Não dá para não usar. Mas também não dá para só usar.

Sei lá se quero estar na vanguarda da inovação. Às vezes, tradição é mais divertida. Você já viu esses vídeos de academias de mordomo? Aprendi com este aqui que é possível fazer a mala em 5 minutos. Assista aqui.

Aliás, já reparou como o uso excessivo de tecnologia tem feito as pessoas buscarem experiências analógicas? Ler em papel. Ver comerciais na TV. Talvez seja IA nos leve de volta a brincar com os nossos amiguinhos na rua. O marketing, com certeza, já considera essa opção.

📩 Até a próxima!

A IA está aqui para ficar – cabe a nós decidirmos como usá-la. E você, já começou a explorar essa ferramenta ou ainda está no time dos que preferem esperar?

Se quiser continuar essa conversa, vamos conversar por aqui ou compartilhe com alguém que também pode gostar dessa reflexão.

Até daqui 2 semanas!

Prof. Clara!

Como usar na sala de aula

Com tudo que venho aprendendo sobre tecnologia generativa no trabalho e nos negócios, a maior lição é: você precisa usar para aprender a usar.

A superpersonalização dos algoritmos da IA nos coloca dentro de bolhas. Então, como ensinar os alunos a serem disruptivos e a enxergarem além do óbvio? Como faço para eles pensarem mais como um CEO e usarem a IA para potencializar o seu pensamento, e não substituir?

Na minha sala de aula, eu tento:

  • Incorporar IA nas atividades.

  • Pedir para que os alunos registrem os prompts que usaram, como uma bibliografia de IA.

  • Estimular o uso para testar ideias e realizar tarefas técnicas.

Exemplo: Este mês, meus alunos vão criar vídeos para o YouTube analisando empresas. Eles terão aulas sobre estratégias de negócios, SWOT e as 5 Forças de Porter. Mas quem vai ensiná-los a editar os vídeos? O ChatGPT, o DeepSeek ou o Co-Pilot.

Porque, com certeza, não serei eu 😆 

O que eu não quero é que eles continuem usando IA de forma escondida e fingindo que não estão usando (e enganando um total de ZERO professores). Todo educador sempre sabe quando o aluno usa IA na tarefa.

E eu? Como usei IA para escrever esta newsletter?

Primeiro, usei para formatar este texto. Como comecei esta newsletter agora, pedi ao ChatGPT ajuda com um prompt sobre formatação e melhores práticas no Beehiiv.

📝 Aqui está o prompt que usei:

"Escrevi o e-mail para minha newsletter, mas preciso de ajuda com a formatação. Quero sugestões sobre como estruturar o texto em blocos para deixá-lo mais organizado e visualmente atrativo. Pense como um designer e considere boas práticas de newsletters de sucesso. Estou usando o Beehiiv para a edição, então me mostre opções que posso aplicar facilmente na plataforma. Sou iniciante, então prefiro sugestões simples e práticas. Aqui está o meu texto:"

Achei que ficou legal. E você?

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