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Lição #9 - Você não precisa ser bom em tudo (só precisa do time certo)

Como identificar talentos e formar grupos complementares? Esta lição mostra, com exemplos práticos e atividades, que o time certo é mais importante do que a melhor ideia.Tempo de leitura: 6 minutos

Olá, meu nome é Clara e, por algumas reviravoltas inesperadas do destino, hoje eu sou professora de estratégias de negócios, marketing e empreendedorismo para alunos do ensino médio.

É engraçado olhar para trás e pensar que eu tinha tudo para chegar até aqui desde cedo, mas acabei seguindo um caminho um pouco não convencional.

Nesta newsletter, eu vou dividir com vocês o que eu venho aprendendo sobre negócios para poder ensinar os meus alunos de uma forma que traga interesse e aprendizado real.

Neste momento da minha vida, o meu interesse por empreendedorismo não vem de uma vontade pessoal de me tornar CEO da minha própria empresa, mas sim de uma curiosidade em compreender conceitos e mudanças de mercado para poder ensinar algo realmente relevante para meus alunos.

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Lição #9 - Você não precisa ser bom em tudo (só precisa do time certo)

🍳 Vocês já assistiram aquele filme do Jon Favreau no qual ele é um chef de cozinha super reconhecido que vira meme por brigar com um crítico que fala mal da comida dele? Esse aqui...

Se não viu, tá tudo bem, mas achei que era um bom jeito de começar a falar sobre o tema de hoje: como criar um bom time.

No filme, o cara cozinha muito bem, mas o novo negócio dele, um foodtruck meio gourmet, só começa a dar muito certo quando ele se junta com a ex-mulher (Sofía Vergara), que é super comunicativa e é boa em fazer conexões, e com o filho do casal (interpretado por Emjay Anthony), que sabe tudo sobre redes sociais e como divulgar as receitas online.

O filme deixa bem claro que o conhecimento técnico de um negócio, ou ser um bom chefe de cozinha, não é suficiente para o sucesso do negócio. É preciso um time com habilidades diferentes.

Porque, segundo este texto que fala sobre a magia dos times complementares da Neurônio (muito bom, por sinal), startups com fundadores com habilidades complementares têm 3,25 vezes mais chance de escalar com sucesso, segundo um relatório da Startup Genome.

Como o próprio artigo diz:

“Ter um time complementar é como usar cheat code no jogo dos negócios.”
Você ganha uma vantagem competitiva logo de cara.

E é por isso que, no jargão do Vale do Silício, existe um trio famoso para explicar esse equilíbrio ideal: o Hacker, o Hustler e o Hipster.

Imagem criada no open.ai

Exemplo real? O Nubank

A ideia do Nubank surgiu da frustração de David Vélez com o sistema bancário brasileiro — caro, burocrático e nada amigável. Ele tinha a visão e a motivação.

Mas pra transformar isso em realidade, ele se juntou a Cristina Junqueira, que conhecia profundamente o setor bancário, e a Edward Wible, responsável pela parte técnica.

Cada um trouxe uma habilidade essencial.
E foi justamente essa complementaridade que permitiu que o Nubank deixasse de ser só uma boa ideia e virasse a maior fintech da América Latina — e uma das mais valiosas do mundo.

Quando tentei aplicar na prática...

Eu levei esse conceito para o meu curso de empreendedorismo como uma maneira de fazer com que os alunos reflitam sobre como criar grupos com os amigos, que normalmente só se atrapalham.

Porém... não deu tão certo como eu imaginei.

Principalmente porque: se eu com meus 43 anos ainda às vezes tenho dificuldade de saber no que eu realmente sou boa, imagina um adolescente de 14 para 15 anos que ainda está tentando entender quem é?

Por isso, pensei numa aula anterior.

Tentei uns testes da internet, como o famoso MBTI (Myers-Briggs Type Indicator), no entanto achei muito abstrato ainda, pois o resultado dele é uma lista de habilidades, e eu não via exatamente como elas aparecem no dia a dia da escola, por exemplo.

Então fui para o simples:

  • Quais habilidades são necessárias para o projeto?

  • O que significa ser bom nisso?

  • Que atividade eu posso fazer para que eles possam testar cada uma destas habilidades?

Quer fazer também?
Seguem as atividades:

Atividade 1

Leia este texto e o resuma em uma única frase.

Atividade 2

O que podemos inferir a partir dos dados apresentados neste gráfico?

Atividade 3

Faça um desenho que ilustre esta frase.

✨ “Sozinhos somos bons, mas juntos podemos ser poderosos.”

Atividade 4

Coloque estas atividades em ordem – da que teria que ser feita primeiro à última.

  1. Coloque a mão na massa

  2. Veja se você tem perfil

  3. Como obter crédito

  4. Reúna informações sobre o negócio

  5. Organize-se

  6. Saiba que negócio abrir

Confira a resposta certa aqui

Atividade 5


Quantas perguntas você consegue pensar para perguntar para este time (Da esquerda para a direita: David Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible, fundadores do Nubank) em 1 minuto?

✅ Terminamos!

💬 Agora me conta aí:

  • Qual destas atividades você mais gostou de fazer?

  • Qual você teve mais dificuldade (ou pulou rapidinho)?

  • Qual foi a mais fácil?

📥 Responde aqui no e-mail mesmo ou me manda no Instagram @presente.newsletter— quero muito saber como foi pra você!

🧠 Como eu organizei os grupos

No projeto mais difícil do semestre, percebi que os alunos precisariam dominar 5 habilidades essenciais para entregar um bom trabalho:

  • 🔍 Pesquisa

  • 📊 Análise de dados

  • 📈 Planejamento estratégico

  • 🎨 Comunicação visual

  • 🗣️ Comunicação verbal

Então, criei um "cargo" para cada habilidade, como se fosse uma mini startup.
Antes de escolherem o que fariam no grupo, os alunos revisaram as 5 atividades que tinham acabado de fazer.
Com base no que acharam mais fácil ou mais legal, cada um escolheu o cargo que mais combinava com sua habilidade.

A partir daí, eles também entenderam que, para o grupo funcionar, precisariam montar um time com uma pessoa em cada função — ou seja, um time completo, com habilidades complementares.

Aqui está como cada atividade se conecta com uma habilidade — e o papel correspondente no time. Talvez você também descubra o seu:

💡 Atividade que eu mais gostei

🧠 Habilidade principal

📌 Cargo no time

1. Resumir um texto em uma frase

🔍 Pesquisa

Pesquisador

2. Interpretar um gráfico

📊 Análise de dados

Analista de dados

3. Organizar etapas de um projeto

📈 Planejamento estratégico

Gerente de projeto

4. Fazer um desenho que comunica uma ideia

🎨 Comunicação visual

Designer

5. Fazer perguntas rápidas e relevantes

🗣️ Comunicação verbal

Relações públicas

📌 Primeiro, os alunos identificaram no que eram bons. Depois, o que faltava no grupo.

Foi a primeira vez que vi os alunos formando grupos com base nas habilidades necessárias — e não só com os amigos.
E deu certo! 💥

💬 Pra fechar...

📹 Eu gosto muito de uma fala do Bill Gross, fundador da Idealab, neste TED Talk:

"O modelo de startup é interessante porque coloca um grupo de pessoas juntas que, mesmo sem muitos recursos, conseguem ir muito longe — desde que sejam as pessoas certas, no time certo (e no momento certo)."

💡 Ou seja: não é a ideia mais brilhante que faz uma startup decolar — é o time que transforma essa ideia em algo real (e brilhante).

É claro que existem aquelas pessoas que, desde pequenas, sabiam exatamente o que queriam.
Mas, pra maioria de nós, o caminho é longo, confuso e cheio de testes.

E é por isso que vale tanto a pena dedicar tempo pra ajudar seus alunos, times ou liderados a entenderem uma coisa simples (e poderosa):

Sozinhos, a gente até vai. Mas com o time certo, a gente voa. 🚀

📬 Até daqui 2 semanas!
Prof. Clara

✋ Ah! E se estiver buscando alguém pra completar o seu time,
eu posso ser uma Hustler (boa de papo 😉)

Como usar na sala de aula

Essa semana eu fiz um curso com a TeachingEntrepreneurship.org e uma das ideias de aula que mais me chamou atenção falava exatamente sobre o fato de que aula de empreendedorismo não é sobre criar empresas, mas sim sobre ajudar pessoas a resolverem problemas — inclusive os nossos. E que, para saber para onde você quer empreender, é importante primeiro entender o porquê. Ou seja, qual é o seu propósito.

Para isso, começamos com uma atividade simples para descobrir interesses pessoais.

📱 Atividade para seus alunos (ou pra você mesmo):
Mande uma mensagem para um amigo com a pergunta:

“Como lição de casa de um curso, tenho que te perguntar: sobre o que você acha que eu vivo falando?”

A ideia aqui é entender o que as pessoas associam naturalmente a você. Pode ser comida, esportes, memes, política, organização, tecnologia, cachorros... não importa. É o primeiro passo para entender o que te move, o que você curte aprender, comentar ou ensinar — e isso pode indicar onde você pode gerar impacto no mundo.

Depois disso, o curso sugere duas outras perguntas para continuar o exercício:

  1. Se você não precisasse se preocupar com dinheiro, o que você faria com o seu tempo?

  2. O que você costuma pesquisar ou assistir quando está no YouTube, Instagram ou TikTok?


Essas respostas revelam padrões que ajudam seus alunos a encontrarem seus interesses reais, não aqueles que colocam no currículo, mas os que empolgam de verdade.

Essa atividade é ótima para o começo do semestre ou para momentos em que os alunos precisam escolher projetos. E o melhor: é divertida, gera conversas e pode levar a descobertas inesperadas.

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